sábado, 9 de outubro de 2010

Pode ser...



Sou um Vagabundo Iludido. Com palavras de voz perdida de imagens à ver no mundo de palavras, palavras garranchosas achadas lá e aqui, no bolso de meu jeans, na minha cama desarrumada, no lixo. Uma idéia falha na folha, a falsa valsa narrada nas linhas certas do caderno... tsc, pura ilusão.
Não me recordo de ter visto o céu virar escuro, não me recordo de ter visto o futuro, mas o vi e não importa se isso foi - ou será - um fato.
Vagabundo sou eu que me deito na cama e deixo o livro do Stephen King de lado por um instante. As imagens passando na mente, ainda sem o som farfalhante da folha ou o tracejo quadrado de minha caligrafia. Era só uma historia boba, um conto de fadas horrível dedicado à pessoas que não me recordo agora quem eram. Agora sou só mais um iludido, como um baú sem fundo falso, sem teias de aranhas, sem se quer uma cicatriz de uso. Sou novo, mas há cupins usando de minha madeira, é verdade, sou só mais um iludido sem uso.
O café esparramado na mesa num acidente de madrugada, o livro manchado secando, enquanto limpo minhas calças, nada mais, nada menos.
Mas eu fico pensando quem sou nesse mundo e o que ele quer de mim. Se ele quer de minha história, terá que esperar eu escrever o primeiro capítulo, depois o epílogo para dizer se há um fim concluso ou só algo como um rádio no mudo, você me entende.
Não quero mais escrever aqui, quero pensar em sair e fugir... me encontre vagando, quem sabe eu te conto um conto e te espante com o fim de nada que só eu, um Vagabundo Iludido pode entender...

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